AGOSTINHO
CÉSAR DE ANDRADE, GOVERNOU A CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE, NO PERÍODO
DE JUNHO SE 1688 A 22 DE AGOSTO DE 1692
AGOSTINHO CÉSAR DE ANDRADE, natural da ilha da Madeira, possuía
foro de fidalgo e hábito da Ordem de Cristo. Foi capitão-mor do Rio Grande em
duas oportunidades, a primeira em 1688 e a segunda vez em 1694, sendo esta
segunda nomeação como interino.234 Possuía cerca de 29 anos de serviços
prestados à Coroa, todos eles na capitania de Pernambuco e na de Itamaracá,
chegando a fazer uma incursão ao Rio Grande. Ocupou os postos de praça de
soldado, alferes, capitão auxiliar de cavalos, coronel de ordenança e
capitão-mor.235 Antes de assumir o governo do Rio Grande pela primeira vez já
tinha passado por uma experiência governativa anterior, sendo capitão-mor de
Itamaracá em 1675.236 Inclusive, quando estava no governo desta capitania não
conseguiu exercer o seu posto devido às querelas entre o governador de
Pernambuco e o governador-geral, sendo destituído do posto a mando de Dom Pedro
de Almeida, governador de Pernambuco, mandado ser preso e teve seus bens
confiscados, mesmo sendo um dos protegidos de João Fernandes Viera, que
inclusive teria feito articulações para que Agostinho César de Andrade fosse
nomeado para o governo de Itamaracá.237 Em 1676, fez um requerimento ao rei
pedindo
Em 1676, fez um requerimento ao rei pedindo que as ordens do
governador de Pernambuco fossem revistas. Nesse documento ele descreveu a
situação do que aconteceu na capitania de Itamaracá quando as tropas enviadas
por Dom Pedro de Almeida foram à sua residência para prendê-lo. Um “capital
inimigo” seu foi enviado com mais 60 homens para executar a dita ordem, mas
para sorte do suplicante, ele não se encontrava em casa quando chegaram. Lá
fizeram sequestro de todos os bens que encontraram, fosse dinheiro, materiais
consumíveis e cabeças de gado. Além disso, no momento da invasão, sua mulher,
que segundo ele pertencia a uma das mais importantes famílias de Pernambuco, e
filhos, estavam em casa e foram muito constrangidos, o que trouxe grande prejuízo
para ele e sua família. Devido a este acontecimento o suplicante se encontrava
refugiado na Paraíba. Pediu neste requerimento que fosse enviado um
desembargador e não ouvidores de Pernambuco e Itamaracá, pois seriam figuras
suspeitas de terem ligações com o governador Dom Pedro de Almeida, ou então
corriam o risco de serem intimidados por ele. Além disso, enviou nesse
requerimento uma carta de João Fernandes Viera falando a seu favor, mostrando
como os dois de fato possuíam um vínculo que os conectava. O parecer do
Conselho foi favorável ao pedido de Agostinho César de Andrade, uma vez que não
existia ordem alguma para prendê-lo e que isso foi uma atitude de exagero por
parte do governador de Pernambuco.
Após passar por esses momentos conturbados, em 1699, fez um
requerimento ao rei pedindo tenças efetivas a serem pagas no almoxarifado de
Itamaracá, dois hábitos de Cristo e um ofício que vagasse na capitania de
Pernambuco para o seu filho. Para justificar o seu pedido, além de descrever os
seus serviços e postos ocupados, destacou a ajuda que ele concedeu aos
moradores do Rio Grande durante o intenso conflito com os indígenas que estava
ocorrendo naquela capitania239 Infelizmente nesse requerimento não foi
apresentada a resposta para ele, mas se acredita que se não conseguiu todas as
mercês pretendidas, ao menos um hábito de Cristo ele recebeu, tendo em vista,
como foi destacado por Vicente de Lemos, Agostinho César de Andrade foi um
cavaleiro da dita ordem. Nesse mesmo ano foi ao reino resolver alguns problemas
pessoais, entre eles a pendência de sua residência quando fora capitão-mor do
Rio Grande. Isso porque ele pretendia entrar como opositor para o governo da
Paraíba, mas ainda não possuía suresidência.240 O fato de viajar para o reino
para resolver essa questão de maneira mais efetiva mostrou uma grande vontade
de ele assumir o dito posto. Apesar do parecer favorável da maioria do
Conselho, ele não foi escolhido para governar a Paraíba
FONTE - LEONARDO
PAIVA DE OLIVEIRA