FATOS POLICIAIS

quinta-feira, 25 de julho de 2024

AGOSTINHO CÉSAR DE ANDRADE

 


AGOSTINHO CÉSAR DE ANDRADE, GOVERNOU A CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE, NO PERÍODO DE  JUNHO SE 1688 A 22 DE AGOSTO DE 1692

AGOSTINHO CÉSAR DE ANDRADE, natural da ilha da Madeira, possuía foro de fidalgo e hábito da Ordem de Cristo. Foi capitão-mor do Rio Grande em duas oportunidades, a primeira em 1688 e a segunda vez em 1694, sendo esta segunda nomeação como interino.234 Possuía cerca de 29 anos de serviços prestados à Coroa, todos eles na capitania de Pernambuco e na de Itamaracá, chegando a fazer uma incursão ao Rio Grande. Ocupou os postos de praça de soldado, alferes, capitão auxiliar de cavalos, coronel de ordenança e capitão-mor.235 Antes de assumir o governo do Rio Grande pela primeira vez já tinha passado por uma experiência governativa anterior, sendo capitão-mor de Itamaracá em 1675.236 Inclusive, quando estava no governo desta capitania não conseguiu exercer o seu posto devido às querelas entre o governador de Pernambuco e o governador-geral, sendo destituído do posto a mando de Dom Pedro de Almeida, governador de Pernambuco, mandado ser preso e teve seus bens confiscados, mesmo sendo um dos protegidos de João Fernandes Viera, que inclusive teria feito articulações para que Agostinho César de Andrade fosse nomeado para o governo de Itamaracá.237 Em 1676, fez um requerimento ao rei pedindo

Em 1676, fez um requerimento ao rei pedindo que as ordens do governador de Pernambuco fossem revistas. Nesse documento ele descreveu a situação do que aconteceu na capitania de Itamaracá quando as tropas enviadas por Dom Pedro de Almeida foram à sua residência para prendê-lo. Um “capital inimigo” seu foi enviado com mais 60 homens para executar a dita ordem, mas para sorte do suplicante, ele não se encontrava em casa quando chegaram. Lá fizeram sequestro de todos os bens que encontraram, fosse dinheiro, materiais consumíveis e cabeças de gado. Além disso, no momento da invasão, sua mulher, que segundo ele pertencia a uma das mais importantes famílias de Pernambuco, e filhos, estavam em casa e foram muito constrangidos, o que trouxe grande prejuízo para ele e sua família. Devido a este acontecimento o suplicante se encontrava refugiado na Paraíba. Pediu neste requerimento que fosse enviado um desembargador e não ouvidores de Pernambuco e Itamaracá, pois seriam figuras suspeitas de terem ligações com o governador Dom Pedro de Almeida, ou então corriam o risco de serem intimidados por ele. Além disso, enviou nesse requerimento uma carta de João Fernandes Viera falando a seu favor, mostrando como os dois de fato possuíam um vínculo que os conectava. O parecer do Conselho foi favorável ao pedido de Agostinho César de Andrade, uma vez que não existia ordem alguma para prendê-lo e que isso foi uma atitude de exagero por parte do governador de Pernambuco.

Após passar por esses momentos conturbados, em 1699, fez um requerimento ao rei pedindo tenças efetivas a serem pagas no almoxarifado de Itamaracá, dois hábitos de Cristo e um ofício que vagasse na capitania de Pernambuco para o seu filho. Para justificar o seu pedido, além de descrever os seus serviços e postos ocupados, destacou a ajuda que ele concedeu aos moradores do Rio Grande durante o intenso conflito com os indígenas que estava ocorrendo naquela capitania239 Infelizmente nesse requerimento não foi apresentada a resposta para ele, mas se acredita que se não conseguiu todas as mercês pretendidas, ao menos um hábito de Cristo ele recebeu, tendo em vista, como foi destacado por Vicente de Lemos, Agostinho César de Andrade foi um cavaleiro da dita ordem. Nesse mesmo ano foi ao reino resolver alguns problemas pessoais, entre eles a pendência de sua residência quando fora capitão-mor do Rio Grande. Isso porque ele pretendia entrar como opositor para o governo da Paraíba, mas ainda não possuía suresidência.240 O fato de viajar para o reino para resolver essa questão de maneira mais efetiva mostrou uma grande vontade de ele assumir o dito posto. Apesar do parecer favorável da maioria do Conselho, ele não foi escolhido para governar a Paraíba

FONTE   - LEONARDO PAIVA DE OLIVEIRA

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